Acidentes de Trabalho!
Estudo alerta para urgência de prevenir melhor
Um total de 35 por cento das vítimas deste tipo de sinistralidade teve que amputar um dedo, um braço ou uma perna.
Um terço dos entrevistados ficou com uma depressão grave, mas apenas metade teve apoio para recuperar das mazelas psicológicas.
Os dados da Associação dos Deficientes e Sinistrados no Trabalho são relativos a 2005 e aos primeiros seis meses deste ano.
O estudo foi realizado junto de 800 pessoas, sendo que 80 por cento dos sinistrados trabalhavam na construção civil, na indústria metalúrgica, da madeira ou da cortiça. Mas os acidentes não terão sido obra do acaso. O estudo revela que 44 por cento dos entrevistados teve dois ou mais acidentes de trabalho.
O distrito do Porto foi o que registou mais casos, mas a Associação de Sinistrados no Trabalho sublinha que esta foi a região do país mais analisada por este levantamento. Quanto às causas a falta de formação profissional pode ajudar a explicar o problema, 27 por cento dos sinistrados não tinha recebido ensinamentos específicos quanto ao trabalho que estava a fazer.
Portugal é o país na Europa com mais acidentes de trabalho. A média nacional é de 7,8 por cento, enquanto a média europeia se fica pelos 4 por cento.
Os últimos dados do Ministério do Trabalho são de 2001. Nesse ano houve 250 mil acidentes de trabalho, custando ao Estado o equivalente a 4 por cento do PIB. Perante estas conclusões, Luís Machado, daquela associação, refere as razões que fazem com que Portugal seja o país da União Europeia com maior número de acidentes de trabalho.
«Tem havido uma falta de cultura empresarial de prevenção, tem havido por dificuldades humanas da Inspecção do Trabalho e da direcção-geral de Higiene e Segurança no Trabalho, uma fraquíssima inspecção dos locais de trabalho», afirmou.
«Não tem havido censura jurídica ou política para os casos em que se prova que há uma violação grosseira das regras de higiene e segurança no trabalho», acrescentou.
Luís Machado defende ainda que as seguradoras deviam ter um papel mais activo na prevenção dos acidentes de trabalho.